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sábado, 17 de maio de 2008

Cartões Vermelhos

No seguimento da notícia publicada no ND este fim de semana, contactei diversos árbitros internacionais, alguns delegados/formadores/membros LEN, tentei contactar (sem sucesso) o nosso Vogal do CA e contactei alguns responsáveis internacionais, que representam os Comités de Árbitros ou Arbitragem (nas suas respectivas federações), para além de ter procurado intensivamente no site FPN.


O objectivo era saber se havia alguma norma escrita sobre a aplicação de cartões amarelos ou vermelhos, e a quem se devia dar esses cartões.

A informação que possuía era a de que eram atribuídos aos oficiais no banco (treinadores ou delegados), pois é o que constava nas regras e regulamentos.

No seguimento desta pesquisa, cheguei a receber formações dadas na Escola de Árbitros na Hungria em que ainda estava indicado que era só a esses oficiais que se destinavam os cartões (dadas em Janeiro de 2008).
Depois de muita pesquisa e muitos contactos, recebi finalmente a informação que tinha sido transmitida oralmente, aos participantes numa clínica FINA, a informação que os cartões vermelhos também se destinavam aos jogadores no banco (que tinham os mesmos direitos que um delegado - no que toca a atribuição de cartões).

No entanto não havia nada escrito - procurei em todos os nossos regulamentos e regras existentes no site FPN, em normas de interpretação de que tinha conhecimento, em regulamentos e regras de outros países (a Espanha inclui no Manual de Árbitro, mas é com base na informação escrita dada nessa clínica), no site FINA, em contactos com o TWPC da LEN.

Finalmente, depois de falar com o Comité de Árbitros dos USA, recebi deles o documento que anexo (carreguem na imagem para ver), relativo a Interpretações FINA transmitidas em 2007.
Pelo menos é uma base escrita para o que parece ser uma interpretação FINA transmitida a alguns árbitros ou Federações (honestamente, não sei como se processou tudo, excepto que a nível internacional todos dizem que ouviram falar, mas não há nenhum suporte escrito a não ser o que é decidido pelos Conselhos Nacionais Locais e transmitido)

Como não sei se chegou a todos os árbitros (a mim não chegou, mas também já não sei bem se sou árbitro...) ou Associações, aqui vos deixo o documento (basta carregar na imagem para o descarregar).
O aspecto da atribuição dos cartões vermelhos está contemplado no ponto 1, na parte final do documento "FINA INTERPRETATIONS 2007".

Para os que não estão muito à-vontade com o inglês, aqui fica a tradução dos 3 pontos das Interpretações:
  1. Não existe nenhuma tolerância para os suplentes ou oficiais que estão no banco (com a excepção do treinador principal) a fazer comentários aos árbitros. Isto deve ser sancionado com um cartão vermelho directo e a pessoa em questão deve abandonar a zona da piscina.
  2. O treinador principal pode passar instruções para a equipa, mas não pode estar constantemente a gritar com eles indicando para onde ir e o que fazer. Se o árbitro determinar que a gritaria é excessiva, é apropriado fazer um aviso. Se continuar, deve mostrar o cartão amarelo.
  3. Um treinador protestar decisões de arbitragem ou a gritar quando não se apita falta, mas onde ele acha que devia ter sido apitada falta, deve receber um cartão amarelo. O jogo não tem de parar para a exibição de um cartão amarelo. Mas se o árbitro considerar que o jogo deve ser interrompido, deve fazê-lo só quando a equipa do treinador em questão tiver a posse de bola.
Infelizmente foi tudo o que consegui encontrar relativamente a este assunto.

Se alguém tiver alguma informação oficial que me envie sobre este tema (para se poder partilhar com todos os árbitros e interessados), agradeço!

Termino com uma pequena questão:
Todos estavam ao corrente desta informação sobre a interpretação FINA, ou era só eu que desconhecia que já não era só para oficiais e que era também para jogadores?

4 comentários:

Apito na água disse...

Boa noite.
Relativamente ao cartão vermelho e amarelo, conforme foi definido e amplamente difundido pelos árbitros em diversos torneios e em particular no último campeonato de Europa onde participei, é o que ainda consta nos manuais e nas recomendações/critérios, ou seja:
Cartão amarelo – contestação por parte do treinador principal.
Cartão Vermelho – ao treinador principal após o mesmo ter já anteriormente recebido o cartão amarelo e aos restantes oficiais presentes no banco de suplentes.
Conforme decorre ainda da regra os jogadores que se encontram no banco devem aí permanecer sentados, qualquer acção por parte destes que seja indutora de mau comportamento ou atitude incorrecta, nomeadamente contestação, deve ser aplicado/averbado uma falta grave de acordo com a WP 21.10.
De igual modo a regra define que todos os elementos do banco devem permanecer sentados à excepção do treinador principal WP 5.2.

Em minha opinião e de acordo com o exposto não há lugar a qualquer dúvida, pelo menos até nova orientação emanada da LEN ou FINA. A transcrição das recomendações Americanas, revestem-se de alguma particularidade e carácter de excepção não podendo, em minha opinião ser consideradas regra.
JB

Arbitragemwppt disse...

Esta indicação está também escrita no Manual de Árbitro de Espanha, mas como acabou de me ser confirmado hoje por um dos formadores da LEN e do seu TWPC, no último livro da FINA não há nada escrito nesse sentido (por isso não estar incluido na formação oficial que dão aos árbitros) e tudo isto passa por normas transmitidas oralmente a alguns árbitros por algum(s) delegado(s). Segundo ele, enquanto não houver nada oficial escrito e publicado ele não vai transmitir informação que, por enquanto, não passa de "blablabla", apesar de fazer sentido.
O quenão sei é a quantos árbitros portugueses isto foi transmitido, e de que forma, pois aparentemente alguns tem essa indicação...

Anónimo disse...

viva a todos os leitores, deste blog, e k desde já quero aqui deixar expresso o meu apoio por esta iniciativa, lamentando as evidentes repercurções.
Perante tal situação, e mesmo depois de passado o 25 de Abril, terei que manter o anonimato por razões obvias.
Já por várias vezes participei em acções de formaçõa, e de reciclagem, as quais considerei necessárias; não por não saber, mas sim por relembrar e reafirmar a convicção de uma certeza.
Esta medida, em meu ver, e vendo bem tudo isto não traz nada de novo, porque se um arbitro de POLO AQUÁTICO tiver atitude e confiança no que faz, praticamente, e reafirmo, praticamente não necessita de cartões; se souber repreender na devida altura, outros males não ocurreram.
Se o jogador está no banco consirado como jogador, isto é, inscrito na acta de jogo como jogador, deve ser expulso como jogador, ao abrigo da devida regra referida no post.
Abraços

Arbitragemwppt disse...

eu concordo perfeitamente com o que dizes.
Alias, acabei de publicar o que Espanha definiu para os jogos deles (de uma forma escrita e formalizada em reunião geral de árbitros).
Penso que os cartões vermelhos aos jogadores no banco são reflexo de dualidade de critérios (compreendo no sentido em que se dás ao oficial o público perceberá melhor porque mandas embora o jogador, não percebo porque se está a diferenciar o jogador na água do que está fora, quando na prática a equipa tem 13 jogadores, apesar de só alguns poderem estar dentro de água).
Aguardo que a FPN defina uma posição sobre o assunto, até lá, para mim, o que vale é o que está escrito nas regras fina e nas normas de interpretação dadas por escrito pela FPN