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domingo, 6 de abril de 2008

Motivação/Desmotivação/Vocação

Mais uma vez este fim de semana me encontrei perante uma "questão existencial"...

Porque é que, com tantos árbitros que existem (em teoria), são sempre os mesmos que arbitram, que se deslocam pelo país inteiro, que abdicam muitas vezes da vida pessoal e prejudicam a profissional?

Como jogadora de uma equipa, treinadora, delegada... sempre quis ter os melhores árbitros possíveis e que existiam... e muitas vezes tinha sempre ou quase sempre os mesmos árbitros a apitar os meus encontros durante quase todo um campeonato.
Reconheço que é impossível, com o número de jogos que existem por fim de semana (nacionais, regionais, torneios, etc...), ter os melhores árbitros em todos os jogos... mas ter sempre os mesmos árbitros (no fundo os que estão sempre disponíveis) a apitar... muitas vezes sozinhos ou sem acompanhamento, não existirem equipas de oficiais de mesa, dúvidas nas regras e regulamentos faz-me pensar... PORQUÊ?

Este pensamento, longamente debatido com várias pessoas, levanta-me algumas questões, para as quais gostava de ouvir as vossas opiniões:
O que leva uma pessoa a querer ser árbitro de pólo aquático?
Que objectivos?
Que projecto de "carreira" (afinal somos amadores)?
Porquê ser árbitro? Para quê?

Em muitos países a formação dos árbitros começa logo aos 14, 16 anos... e a idade máxima para virem a ser internacionais é de 35 anos (nesses países).
Mas em quase todos os países com um nível médio/alto de pólo aquático (e vamos ser honestos... apesar de estarmos a evoluir... a maioria tem um nível superior ao nosso), os árbitros tem de treinar! devem apitar jogos de treino das equipas e apresentar "contas" desses jogos.

Sei que é uma mentalidade um pouco avançada para nós (pelo que todos me dizem... árbitros "treinarem"? com as equipas? bastam os jogos de fim de semana!), mas eu continuo a ser optimista e a achar que lá chegaremos - ORGANIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO.

Mas continuo sem perceber...O QUE LEVA UMA PESSOA A SER ÁRBITRO?
E mais importante... se querem ser árbitros, se até tiram o curso, se até se oferecem para dedicar o seu tempo livre à arbitragem...
PORQUE DESISTEM?
PORQUE NÃO APARECEM AOS JOGOS PARA QUE ESTÃO CONVOCADOS?
PORQUE ESTÃO SISTEMATICAMENTE INDISPONÍVEIS?

Muita gente diz que vai para árbitro quem não consegue ser jogador.... a mentalidade de "quem sabe faz, quem não sabe ensina"... mas não acredito nisso, nem um pouco. Conheço excelentes jogadores, até de selecções nacionais, que seguiram carreiras de árbitros e de treinadores. Por isso, pelo menos para mim, esse argumento não conta!
Realmente, deve ser ingenuidade minha... ignorância... fechar os olhos... ou demasiada burrice e amor à camisola e acima de tudo respeito pelas equipas e jogadores (já mo criticaram várias vezes ao longo dos muitos anos ligada à modalidade), mas se assumo um compromisso de arbitrar ou ser oficial... não me passa pela cabeça faltar a esse compromisso (e para "tapar buracos" por respeito para com as equipas já faltei a jantares de família, compromissos com amigos, etc). Se digo que vou... não vou para a praia porque está bom tempo, nem vou sair com os amigos... porque previamente assumi que queria ser árbitro e apitar (e contra mim falo, pois recusei apitar desde que não apitava à anos e não fazia nenhuma reciclagem)... Se realmente os meus compromissos são importantes... aviso com antecedência que não vou! Aviso quando estou indisponível porque estou fora, ou vou estar a trabalhar... mas sou eu! Deve ser da idade....

Não me deram equipamento... não me pagam... não sou acompanhado... não estou para perder um dia para ir apitar um jogo no "fim do mundo".... só me telefonaram na véspera á noite e tenho mais que fazer (se quisessem avisavam antes).... São só algumas das razões que me dão para não apitar.
Serão só estas?
Há mais?
Será que isto são verdadeiras razões para recusar apitar?!

Será que é isto a motivação que leva uma pessoa a querer ser arbitro de uma modalidade amadora? O dinheiro?!
E como superar a desmotivação que existe? Como levar as pessoas a seguirem o sonho (pois presumo que teriam o sonho de serem árbitros... e bons!)?
E... última questão... será que realmente todas as pessoas tem vocação para ser árbitros?
É que muitas vezes o amor pela modalidade ou pela camisola... não quer dizer que a nossa vocação seja mesmo a de ser árbitros...

Alguém me pode ajudar a perceber - para a partir daí se poder fazer um plano para melhorar?

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